quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sinais de mudança 03

Paris lança internet de graça em parques e praças
BBC Brasil.com

A prefeitura de Paris lançou um serviço que oferece conexão gratuita à internet sem fio em 260 locais públicos da cidade, como jardins, bibliotecas, museus e associações.

computador

O internauta, parisiense ou turista, poderá utilizar o sistema durante os horários de abertura desses locais, mas em alguns lugares, como a esplanada da prefeitura ou o Champs de Mars, onde está situada a Torre Eiffel, o serviço vai funcionar continuadamente.

Segundo a prefeitura, o objetivo é transformar Paris em “uma cidade de ponta na área de comunicação digital”, ampliando o sistema de conexões de alta velocidade e oferecendo também um “serviço de internet universal”.

Para usufruir da internet sem fio, basta ir a uma das áreas identificadas com placas ou cartazes, e se aproximar do ponto de acesso. Alguns locais possuem vários pontos de conexão, que totalizam 400 em toda a cidade.

Disputa judicial

O projeto custou 1,7 milhão de euros (cerca de R$ 4,4 milhões) e as despesas com manutenção anual do sistema devem ser de 500 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão).

O programa, no entanto, resultou numa disputa judicial entre a prefeitura e a estatal France Télécom, que instalou 3 mil pontos de conexão sem fio pagos na capital francesa.

A France Télécom entrou com uma ação em um tribunal administrativo com o objetivo de impedir a oferta do serviço, alegando que a iniciativa desrespeita a lei das coletividades territoriais.

Esta legislação prevê que uma prefeitura não pode entrar em concorrência com operadores, a não ser que a oferta privada seja insuficiente.

A prefeitura de Paris argumenta em sua defesa que o sistema não cobre toda a cidade, mas oferece apenas alguns pontos de conexão em locais precisos.

A licitação, lançada em 2006, foi vencida pelo operador de telefonia celular SFR, que garante a conexão, e pela Alcatel-Lucent, que forneceu os equipamentos.

Também estão sendo realizados testes para desenvolver um mobiliário urbano adaptado ao uso da internet, com bancos e cadeiras que tenham pranchas para colocar o computador e tomadas alimentadas por energia solar.

O site pariswifi.fr informa sobre os locais onde o serviço está disponível. O prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, que anunciou que vai concorrer nas eleições municipais de 2008 poderá, com a internet sem fio gratuita, engordar a lista de ações que o popularizaram, como a “Paris Plage”, a “praia” que é criada no centro de Paris no verão, e o Vélib, serviço de aluguel de bicicletas lançado em julho e que já atraiu milhões de usuários.

Sinais de mudança 02

Amazon lança aparelho sem-fio para livros digitais
BBC Brasil.com

A loja de vendas pela internet Amazon lançou nesta segunda-feira o Kindle, um aparelho eletrônico sem-fio para leitura de livros digitalizados.

Kindle, da Amazon

O dispositivo está à venda para clientes nos Estados Unidos por US$ 399 (cerca de R$ 800) e tem capacidade para armazenar até 200 livros.

O Kindle funciona sem fio e não precisa ser conectado a computadores para ser carregado com livros, blogs ou periódicos. A bateria do aparelho dura cerca de 30 horas entre cada recarga.

A Amazon afirma que 90 mil títulos estão disponíveis para os clientes do Kindle, com preços de US$ 9,99 (cerca de R$ 20).

Preços

"Nós estamos trabalhando no Kindle há mais de três anos", disse Jeff Bezos, diretor da Amazon, no lançamento do produto.

O Kindle utiliza a rede sem-fio EVDO, o que pode limitar a venda do produto aos Estados Unidos, já que essa tecnologia é pouco usada fora do país.

Os usuários não precisam pagar para usar a rede wireless, já que a Amazon cobre os custos de acesso. A empresa cobra apenas pelo download dos livros.

No caso de blogs e periódicos, os usuários do Kindle teriam de pagar para ter acesso a conteúdos que podem ser gratuitos na internet.

Uma assinatura mensal do jornal americano The New York Times custa US$ 13,99 (cerca de R$ 28) para usuários do Kindle. O site BoingBoing sai por US$ 1,99 (cerca de R$ 4).

O Kindle também permite que usuários façam anotações em documentos e mandem mensagens.

O aparelho também apresenta links para a enciclopédia eletrônica Wikipedia e para o dicionário Oxford American Dictionary.

Sinais de mudança 01

Internet supera popularidade da TV na Europa
Redação Portal IMPRENSA

A internet desbancou a televisão no que diz respeito ao uso pelos jovens na Europa. Esta é uma das conclusões de uma recente pesquisa realizada pela Associação Européia de Publicidade Interativa (EIAA, na sigla em inglês), divulgada pelo jornal The Guardian.

Segundo os resultados, 82% dos jovens de 16 a 24 anos acessa a internet entre cinco e sete dias por semana. Ao mesmo tempo, apenas 77% das pessoas nesta faixa etária assistem televisão com a mesma regularidade. Se comparado ao resultado do ano passado, houve uma queda de 5%.

A pesquisa revelou, ainda, que a os jovens europeus passam 12 horas online a cada semana, uma hora a mais que no ano passado. Os italianos são os que mais acessam a internet, com média 13,6 horas, seguidos por suecos e franceses. Os holandeses são os que menos acessam, com média de 9,8 horas.

Na Europa existem 169 milhões de internautas, sendo que 80% fazem uso de conexão banda larga.

A pesquisa da EIAA ouviu mais de 7 mil pessoas, espalhadas por 10 países europeus. Para ler mais sobre os resultados, em inglês, clique aqui.

sábado, 27 de outubro de 2007

Jogo dos 7 erros





O vídeo do Lada está sendo disseminado recentemente pela rede. Já recebi indicações por e-mail, vi em programas de televisão e todos ficam realmente impressionados. Como é possível!?!?! [estalo] Lembrou-me o vídeo do Ronaldinho e as bolas na trave.

Que ambos são montagens muito bem feitas não há dúvidas. Olhe com atenção. O segundo, como se sabe, é um case de marketing viral muito bem planejado para a Nike. E o primeiro? Será que é algo similar? E se for, quem estaria por trás? Parece-me uma propaganda do Playstation, Xbox ou algo do tipo...

O que te parece?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Copyrights

Postado em http://www.cultura.gov.br/blogs/diversidade_cultural/?p=75

“O copyright já foi uma maneira de garantir uma renda decente aos artistas. Além de nos perguntarmos se ele realmente funcionou nesse sentido – a maioria dos artistas nunca receberam um centavo do sistema de copyright – temos de admitir que ele serve a um propósito completamente diferente no mundo contemporâneo. O copyright agora é a ferramenta usada pelas indústrias editoriais e de cinema, imagem e música para controlar seus mercados.

Essas indústrias decidem se os materiais sobre os quais elas passaram a mão devem ou não ser usados por outros. E se elas permitirem o uso, decidem as condições e o preço. As legislações européia e americana estendem esse privilégio para nada menos que 70 anos após a o falecimento do autor original. Quais as conseqüências? A privatização de uma parcela cada vez maior das nossas expressões culturais, por que é precisamente isso que o copyright faz. Nosso direito democrático à liberdade de trocas culturais e artísticas está sendo levado embora aos poucos, mas veementemente.”

Joost Smiers

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

FILE 2007

Quem ainda não foi ao FILE 2007, lá na galeria do SESI, deveria se apressar. O Festival termina no dia 9 de setembro e é uma das principais referências das discussões e debates sobre o 'mundo eletrônico'.

Quando vou ao FILE eu sempre procuro por alguns assuntos específicos. Um dos que mais me interessam são aqueles que trabalham com instalações em rede, onde a interação que está acontecendo comigo, também acontece com outrem em algum outro lugar.

The ball in the hole, de Silvano Gallani e Eleonora Oreggia, é um exemplo. Você fica em frente a uma projeção de uma pessoa em algum outro lugar — no caso ela esta do outro lado da parede. Essa pessoa, por outro lado, vê a sua imagem. Com o uso de uma bola que solta umas luzes malucas e podem ser encontradas na 25 de março — no link a bola é bem mais bacana —, você vai apagando a imagem da pessoa e por trás vai aparecendo a sua. Uma câmera capta os movimentos desta bola e apaga no local correspondente na imagem.

Outra coisa que procuro são aqueles que tem um trabalho de interface diferenciado. Um trabalho que gostei muito foi o Alexitimia, de Paula Gaetano Adi. Muito bom. Este só posso explicar melhor em sala de aula pois requer alguns pré-requisitos.

O mais fantástico, e qualquer músico passaria horas manipulando aquela interface maluca, é o Reactable — veja o link. É simplesmente genial. Para quem acompanha o desenvolvimento de interfaces para se trabalhar com música não chega a ser algo surpreendente, mas continua genial. É um aparato usado para manipularmos um conteúdo digital, assim como o teclado, o mouse, um controle de videogame, um controle remoto, e por aí vai. Simplificando há um software que 'lê' a movimentação das peças na mesa e atua em conjunto com outro software que reproduz o som. Imagino que seria possível com mouse e teclado para fazer algo similar, mas para quem já jogou com o do Wii, ou para quem joga videogames com esses outros consoles, sabem que o resultado é bem mais interessante que o do teclado. Enfim, manipular sons com a interface do Reactable é genial. Vedete do FILE 2007. O problema é que é simplesmente impossível criar algo com 300 pessoas em volta colocando aleatoriamente as peças e gerando uma sinfonia nada agradável. A microsoft está tentando algo neste sentido. Não sei julgar, mas tem cara de Office... Microsoft Surface. Tinha gente mexendo com isso em 2001. Data Tiles, de Jun Rekimoto. Vejam outro post deste blog

Por fim, outro que curti é um chamado Alter Ego, de Alexa Wright. Um software gera uma imagem do seu rosto e a coloca em um avatar. Uma versão minha digitalizada, fantástico. Depois, ainda, o avatar fica tentando imitar os seus movimentos.

Bom, tem muito mais coisa no FILE 2007.
Tem de ir, interagir e depois discutir.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

De catalizadores à limitadores

A partir da segunda metade da década de 1980 — e podemos estabelecer o lançamento do Macintosh, em 1984, como o marco desta fase — os computadores pessoais se espalharam pelo mundo. O que antes era uma máquina voltada aos programadores, engenheiros e àqueles que tinham conhecimento de informática, tornou-se, e graças em muito à interface gráfica — GUI —, uma ferramenta acessível a uma parcela bem maior da população mundial.

Com os computadores espalhados, a próxima etapa, que começou a aflorar em meados da década de 1990 — aproximadamente 10 anos depois —, foi conectá-los. A presença dos computadores, espalhados em diversos lares do mundo, foi um fator fundamental para a criação da rede mundial de computadores. Os computadores possibilitaram uma troca de informação em uma velocidade e em um nível ainda não experimentados. Diferente da comunicação da telefonia fixa e móvel.

Mais 10 anos se passaram e, nos dias atuais, os computadores, de catalizadores, estão se tornando limitadores.

Pois é, para entender melhor esta transformação, é necessário entender uma transformação anterior. Como coloca Manovich em seu livro The Language of New Media:

" No início da década [1990], o computador era amplamente compreendido como uma simulação de máquina de escrever, pincel ou régua para desenho, ou seja, uma ferramenta usada na produção de conteúdo cultural que, uma vez criado, seria armazenado e distribuído na mídia apropriada — página impressa, filmes, impressão fotográfica, gravação eletrônica. No fim da década, com o uso comum da internet, a imagem popular do computador não era mais apenas de uma ferramenta, mas também de uma máquina de mídia universal, que poderia ser usada não apenas para criar, mas para armazenar, distribuir e acessar todas as mídias"

Ou seja, o computador passou a incorporar a comunicação como uma de suas principais funções. Para mim, inclusive, utilizo a função de comunicação muito mais do que a de ferramenta — e olha que utilizo bastante como ferramenta.

E é aí que reside o problema. Quando a comunicação, no formato e potencial que o computador permite, é incorporada ao cotidiano, ter essa função fixa a um computador em uma mesa — desktop —, ligado através de um cabo de conexão com a internet, é um limitante. Acessar e-mail, verificar preço de produtos, acompanhar o noticiário, conversas com amigos, discussões de trabalho e outras várias atividades sociais não precisam e não devem estar limitados a um desktop, presos a uma sala, um quarto, um escritório.

Paralelamente, a telefonia móvel vem seguindo caminho contrário. O que antes era um aparelho utilizado para conversas remotas, agora cada vez mais tem funções computacionais, como citado por Howard Rheingold em seu livro Smart Mobs e em uma entrevista com Axel Meyer, chefe de design da Nokia mundial: "Em muitos casos o celular já substitui o PC".

Então, por um lado, temos uma ferramenta computacional ganhando status de aparelho comunicacional e, por outro lado, temos um aparelho comunicaional ganhando status de ferramenta computacional.
O que vem por aí? Origami, NokiaN800?

Para mim é só a ponta do iceberg.

Mais informações sobre esta história e afins sobre interfaces digitais podem ser encontradas na minha dissertação Arquitetura de interface. Análise de formas de organização da informação na interação entre pessoas e códigos. Para entender um pouco mais sobre a velocidade das mudanças, leiam A corrida para o Século XXI, de Nicolau Sevcenko.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Data de entrega do trabalho

Entregar o trabalho final em arquivo digital para o Biagio ou impresso na didática até o dia 22 de junho.

Se tiverem alguma dúvida me escrevam e, por favor, avisem seus colegas da data.
Bom trabalho

obs. não esqueçam que, além do conteúdo, é importante uma boa apresentação.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Trabalho Final

Caros,

Para nosso trabalho final vocês terão de conhecer um pouco melhor sobre o Flickr. http://www.flickr.com/ Pra quem não conhece, é um sistema que organiza e distribui imagens. Uma evolução do fotolog.

O que teremos de fazer para o trabalho final será propor um novo organizador e compartilhador de imagens usando o Flickr como referência e utilizaremos, também, as reflexões provindas de nossas discussões em aula. Não iremos desenhá-lo pelo momento — este será o trabalho do 2o semestre. Por agora, o objeto final do trabalho será um documento escrito, desenhado, rabiscado — o que vocês acharem relevante para argumentar o projeto.

O que será cobrado deste projeto?

Primeiro a compreensão de como funciona o Flickr e a capacidade para critícá-lo. Para isso vocês terão de fuçar mesmo a ferramenta.

Segundo, que vocês discutam as funcionalidades e características do projeto segundo os tópicos abordados em aula durante o curso. Por exemplo, como a questão da autoria se revela no Flickr e no seu projeto, qual a influência da tradição do impresso e do cinema? Como é utilizado o potencial da linguagem digital? Como ocorre a indexação da informação, sua organização e seu compartilhamento? O sistema tem uma busca inteligente? Como que a ferramenta gera e mantém informações coletivas? E assim por diante...

O mínimo que vocês podem fazer é propor um sistema igual ao Flickr e fazer uma análise dos pontos discutidos — o primeiro post do blog também é elucidativo para isso. O que me interessa é a argumentação de vocês. Óbvio, também, que quem for além do Flickr terá uma avaliação diferenciada.

Vocês podem formar grupos de 3, 2 ou trabalharem sozinhos.

Agora, não se esqueçam que no semestre que vem colocaremos em prática este projeto, portanto, não adianta criar um projeto não realizável. No segundo semestre, entretanto, quem fez um projeto sozinho e queria se associar a um grupo de 2 pessoas ou a outra pessoa sozinha, basta escolher um dos projetos realizados dos membros e tudo certo.

Mais dúvidas discutiremos em sala de aula.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Manipulação da informação

Continuando com o tema da última aula, separei alguns exemplos de aparatos que possibilitam uma manipulação quase 'física' da informação.

Há diversos outros exemplos, portanto, quem souber de um outro exemplo não exitem em enviar.

Perspective Pixel - Pra quem assistiu ao filme Minority Report
http://www.perceptivepixel.com/

Tablet PC
http://www.toshibadirect.com/td/b2c/ebtext.to?page=tabletMicro&seg=HHO

Microsoft Origami Trailer
http://video.google.com/videoplay?docid=-6381789873197028811&q=microsoft+origami

Nokia N800
http://www.theinternetwalk.com/index.php

iPhone
http://www.youtube.com/watch?v=YgW7or1TuFk&mode=related&search=

terça-feira, 10 de abril de 2007

Sinais de mudança

As grandes corporações se adequando a este contexto digital.
http://snipurl.com/1fy34

quarta-feira, 21 de março de 2007

Bibliografia

IED Brasil
Arti Visive, Digital
1º semestre / 2007

Bibliografia básica


GALLOWAY, A. Protocol - How control exists after decentralization. 1 ed. Cambridge: Mass: MIT Press, 2004.
JOHNSON, S. Emergência. 1 ed. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges — Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
SANTAELLA, L. O que é semiótica. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 2006

Bibliografia complementar

BEIGUELMAN, G. Link-se. arte/mídia/política/cibercultura. 1 ed. São Paulo: Peirópolis, 2005.
ECO, U. Tratado de semiótica geral. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.
MANOVICH, L. The Language of New Media. Cambridge, Mass: MIT Press, 2001.
SANTAELLA, L. Cultura das Mídias. São Paulo: Experimento, 1996.
SANTOS, R. C. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface, São Paulo, v. 9, n. 17, p. 235-248, 2005.

terça-feira, 13 de março de 2007

Smart Mobs

Howard Rheingold — pesquisador, escritor, etc. — escreveu em 2003 um livro chamado SMART MOBS. Nas primeiras páginas, Rheingold conta que os primeiros sinais da próxima mudança apareceram para ele em 2000. Enqunato andava pelas ruas de Tókio, observou pessoas olhando e teclando em seus telefones ao invés de usá-los para falar. Ele continua dizendo que 'Texting' — a troca de pequenos textos, como os SMSs — era apenas uma pequena parte da profunda mudança que ocorrerá nos próximos dez anos.

Logo na sequência ele define que 'Smart Mobs consiste de pessoas capazes de agir em conjunto, mesmo não conhecendo as outras. As pessoas que constituem Smart Mobs cooperam de formas nunca antes possíveis pois carregam consigo aparelhos com dispositivos tanto de comunicação, quanto de computação.'

Bom, agora podemos voltar à questão da autoria.
Falando das potencialidades deste contexto de grande fluxo de informação, Rheingold conta que as fortunas de amanhã serão feitas a partir de negócios que encontrarem uma forma de se aproveitar destas mudanças. Com relação às fortunas de ontem, na verdade, ele comenta que já estão saindo dos negócios que NÃO as entendem".

Vejam...
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/afp/2007/03/13/ult35u52250.jhtm



sexta-feira, 9 de março de 2007

Uma questão de autoria...

Os dois posts publicados logo abaixo relatam tentativas de controle na web. Uma no Brasil e outra na Europa. A questão é muito delicada pois ela envolve reflexos bem maiores do que podemos imaginar.

O link deste post remete a um texto da Artista e Professora Doutora do curso de Comunicação e Semiótica da PUC-SP, Giselle Beiguelman. É um contraponto aos textos abaixo. Vale a leitura. Para quem quiser este e outros textos da Giselle - também valem muito - eles estão publicados no seu livro Link-se (arte/mídia/política/cibercultura) São Paulo, Editora Peirópolis, 2005.

Discutimos mais na terça-feira.

Projeto quer controlar acesso à internet

Elvira Lobato
da Folha de S.Paulo, no Rio

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado votará, na próxima quarta-feira, um projeto de lei que obriga a identificação dos usuários da internet antes de iniciarem qualquer operação que envolva interatividade, como envio de e-mails, conversas em salas de bate-papo, criação de blogs, captura de dados (como baixar músicas, filmes, imagens), entre outros.

O acesso sem identificação prévia seria punido com reclusão de dois a quatro anos. Os provedores ficariam responsáveis pela veracidade dos dados cadastrais dos usuários e seriam sujeitos à mesma pena (reclusão de dois a quatro anos) se permitissem o acesso de usuários não-cadastrados. O texto é defendido pelos bancos e criticado por ONGs (Organizações Não-Governamentais), por provedores de acesso à internet e por advogados.

Os usuários teriam de fornecer nome, endereço, número de telefone, da carteira de identidade e do CPF às companhias provedoras de acesso à internet, às quais caberia a tarefa de confirmar a veracidade das informações.

O acesso só seria liberado após o provedor confirmar a identidade do usuário. Para isso, precisaria de cópias dos documentos dos internautas.

Críticas

Os provedores de acesso à internet argumentam que o projeto vai burocratizar o uso da rede e que já é possível identificar os autores de cibercrimes, a partir do registro do IP (protocolo internet) utilizado pelos usuários quando fazem uma conexão. O número IP é uma espécie de "digital" deixada pelos internautas. A partir dele, chega-se ao computador e, por conseguinte, pode-se chegar a um possível criminoso.

Principais alvos do cibercrime, os bancos e os administradores de cartões de crédito querem a identificação prévia dos internautas. O diretor de Cartões e Negócios Eletrônicos da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Jair Scalco, diz que não adianta criar leis para punir as fraudes na internet se não houver a identificação obrigatória de todos os internautas. Ele defende que os registros de todas as conexões sejam preservados por pelo menos três anos.

O projeto recebeu muitas críticas. "É uma tentativa extrema de resolver a criminalidade cibernética, que não surtirá efeito. O criminoso vai se conectar por meio de provedores no exterior, que não se submetem à legislação brasileira, ou usará laranjas [terceiros] e identidade falsa no Brasil", afirma o presidente da ONG Safernet (Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos), Thiago Tavares. A entidade é dirigida por professores da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Católica do Salvador (UCSal).

Para Tavares, o projeto, se aprovado, irá burocratizar e restringir o acesso à internet. "Não se pode acabar com a rede, em nome da segurança, porque ela nasceu com a perspectiva de ser livre e trouxe conquistas muito grandes, como a liberdade de informação e de conexão", afirma.

Para ele, os provedores tenderão a dificultar o acesso das pessoas à rede mundial de computadores, com medo de serem responsabilizados criminalmente por atos dos usuários.

Lobby

O relator do projeto é o senador Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais. Os especialistas do setor dizem que o mentor das mudanças é o assessor de Azeredo José Henrique Portugal, ex-dirigente do Serpro, estatal federal de processamento de dados.

O presidente da ONG Safernet diz que, por trás da identificação e da certificação prévias dos usuários da internet, está o lobby das empresas de certificação digital, espécie de cartórios virtuais, que atestam a veracidade de informações veiculadas pela internet.

De acordo com ele, o projeto está na contramão da democratização do acesso à internet, ou inclusão digital, pretendida pelo governo.

Europa quer saber quem está online

Victoria Shannon
em Paris

Os governos europeus estão preparando uma legislação para forçar as empresas a manterem dados detalhados sobre o uso da Internet e do telefone pelas pessoas, algo muito além do que os países serão obrigados a fazer, segundo uma diretriz da União Européia (UE).

Na Alemanha, uma proposta do Ministério da Justiça basicamente proibirá o uso de informação falsa para a criação de conta de e-mail, tornando ilegal a prática padrão na Internet de criação de contas com pseudônimos.

Uma lei esboçada na Holanda igualmente irá além do que exige a UE, neste caso obrigando as companhias telefônicas a guardarem os registros de exatamente onde alguém está durante toda uma conversa por telefone móvel.

Os provedores de Internet na Europa já divulgam de forma "rotineira" informações sobre os clientes - que eles normalmente mantêm à mão por cerca de três meses, para fins de cobrança - para policiais com ordens judiciais, disse um especialista em privacidade. Os dados detalham como a comunicação foi enviada e por quem, mas não divulga o seu conteúdo.

Mas as autoridades argumentaram na época dos atentados terroristas na Espanha e no Reino Unido, em 2004, que precisavam de um armazenamento maior, melhor e mais longo de dados por parte das empresas que cuidam das redes de comunicação da Europa. A Corte Nacional espanhola dará início nesta quinta-feira (15) ao julgamento dos 29 suspeitos dos atentados a bomba contra trens em Madri, em 11 de março de 2004, que mataram 191 pessoas e feriram mais de 1.800.

Os países da UE têm até 2009 para transformar a Diretriz de Retenção de Dados em lei, de forma que as propostas apresentadas até agora são interpretações iniciais. Mas algumas pessoas envolvidas na questão estão preocupadas com uma mudança no pêndulo da privacidade na Europa, que há muito era uma defensora dos direitos de privacidade dos indivíduos.

Segundo as propostas na Alemanha, os usuários teoricamente não poderiam criar contas de e-mail fictícias, por exemplo, para se disfarçarem em leilões online. Nem poderiam usar uma conta inventada para receber e-mail comercial indesejado. Apesar de não serem proibidos apelidos em e-mails, eles teriam que ser rastreáveis ao dono de fato da conta.

"Isto é uma coisa incrivelmente ruim em termos de privacidade, já que as pessoas cresceram com a idéia de que você pode ter uma conta anônima de e-mail", disse Peter Fleischer, o consultor europeu de privacidade da Google, em Paris. "Além disso, será difícil aplicar e não funcionará."

Fleischer, cuja empresa com sede na Califórnia oferece serviço gratuito de e-mail, disse que lei terá que exigir algum tipo de verificação de identidade, "como a necessidade de se registrar para obtenção de um endereço de e-mail usando sua carteira de identidade nacional".

Jörg Hladjk, um advogado especializado em privacidade da Hunton & Williams, uma firma de advocacia de Bruxelas, disse que também poderá se tornar ilegal pagar em dinheiro por contas de celular pré-pagos. As informações de cobrança de assinaturas regulares de telefonia celular já são verificadas.

"É irônico", disse Fleischer, "porque a Alemanha é um dos países na Europa onde as pessoas mais falam sobre privacidade. Em termos de conscientização de privacidade em geral, eu colocaria a Alemanha em um extremo".

Fleischer disse que não está claro se alguma lei européia se aplicará aos provedores de e-mail com sede nos Estados Unidos, como a Google, de forma que qualquer um que necessite de um endereço de e-mail não verificado - por motivos políticos, comerciais ou filosóficos - ainda poderia usar os endereços do Gmail, Yahoo ou Hotmail. "Será difícil saber que lei se aplica", disse Hladjk.

A Google só exige duas informações para abertura de uma conta no Gmail - nome e senha - e a empresa não tenta determinar se o nome é autêntico.

Na Holanda, a proposta de ampliação da lei para abranger todos os dados de localização dos aparelhos móveis "implica em vigilância de movimento de um grande número de cidadãos inocentes", disse a Agência Holandesa de Proteção de Dados. A agência concluiu em janeiro que a lei desrespeita as proteções da privacidade da Convenção Européia de Direitos Humanos. De forma semelhante, a Bitkom, a associação setorial alemã de tecnologia, disse que a lei dali viola a Constituição alemã.

As associações do setor de telecomunicações e Internet fizeram objeções quando a diretriz estava sendo debatida, mas na época suas preocupações eram quanto ao prazo da necessidade de manutenção dos dados e como as empresas seriam compensadas pelo custo de reunir e guardar a informação. A diretriz acabou deixando ambas as decisões nas mãos dos governos nacionais, estabelecendo um prazo de seis meses a dois anos.

"Há muitas pessoas na Alemanha que apóiam totalmente este esboço", disse Christian Spahr, um porta-voz de telecomunicações e lei da Bitkom. "Mas há outros que o criticam mais do que nós."

Tradução: George El Khouri Andolfato

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Google AdSense

Eu coloquei aí no canto direito o Google AdSense. Pra quem não sabe, AdSense é uma forma de publicidade que o Google está difundindo. Você cede um espaço no seu site para que o Google coloque o anúncio que Ele julga adequado com o seu conteúdo. Através das palavras, links e outras variáveis, Ele tenta julgar o seu conteúdo e escolhe o que vai aparecer.Todos os sites onde aparece "Ads by Google" devem funcionar assim.

Se vocês clicarem no título, poderão fazer um tour pelo AdSense e conhecê-lo um pouco melhor. Ele será tema de discussão mais pra frente no nosso curso.

Programa - Digital, 1o semestre de 2007

A proposta deste curso de semiótica é introduzir ao aluno conceitos desta disciplina a partir de exposições teóricas e, preferencialmente, através do desenvolvimento de um conjunto de atividades práticas. O objetivo destas atividades é introduzir ao aluno o processo de desenvolvimento de novas linguagens relacionadas às interfaces digitais e contextualizá-lo à cultura digital, cultura de rede e cultura de interface.

As interfaces digitais encontram-se cada vez mais presentes em diversas atividades sociais, entretanto, têm hoje sua capacidade colocada em questionamento. Com características atribuídas na década de 1970, e desenvolvidas para trabalhar, a priori, com uma quantidade de informação restrita apenas a um computador, as interfaces gráficas, atualmente, conduzem o acesso e a manipulação de dados provindos de inúmeros computadores. Por outro lado, novos conceitos atrelados à idéia da web 2.0 e ligados à organização, disponibilidade e interação com a informação nas interfaces digitais – social bookmarks, tagging, RSS, playlists, entre outros – estão surgindo com certa freqüência.

Serão analisados em sala de aula diversos projetos e experiências que estão atualmente em uso e que tem seu desenvolvimento atualizado constantemente em função de novas tendências.

Principais pontos de discussão:

Materialidade da rede; Redes não são metáforas. A metáfora da rede induz ao erro, é limitante. Com a metáfora da rede, é possível apenas ver algo nebuloso chamado ‘informação’ que misteriosamente existe em uma igualmente nebulosa coisa chamada ciberespaço ou internet.
influência de fortes tradições culturais – impresso e cinema – na produção digital; Entender os potenciais da produção digital e discutir aonde e como a influência destas já estabelecidas tradições culturais se apresentam como limitadores e/ou catalizadores para o processo de desenvolvimento de interfaces digitais.
Autoria; Discussão sobre a preservação da autoria pela manutenção do vínculo entre um nome próprio e sua obra e sobre a desconfiança de submergirmos em um oceano de informações que nos chegam de forma anárquica e sem a chancela de veículos autorizados.
Coletivos inteligentes e sistemas emergentes; Entender reflexos e desdobramentos da sociedade em rede e discutir como o desenho das interfaces são afetadas e afetam este contexto.
astas, filtros e classificações; Panorama de como se estabeleceram o processo de organização de dados e hierarquia de informação digital. A metáfora do desktop tem tantas limitações e pontos cegos conceituais quanto seus precedentes de linha de comando. A diferença é que essas restrições decorrem de uma excessiva fidelidade à própria metáfora original, como a extensão do desktop original e sua organização em pastas, documentos e arquivos.
Indexação da informação, tag; Com o aumento dos sistemas e serviços baseados na classificação individual e coletiva a indexação da informação passa a ser ainda mais necessária. Sistemas de busca, sistemas de relacionamento e diversos outros aplicativos em rede trabalham com informações classificadas e usam este potencial como ferramenta de negócio.
Manipulação física da informação; Limitadas pela baixa taxa de transferência de dados através da internet e pela incompatibilidade entre diferentes sistemas operacionais, as formas de manipulação de dados através da internet estão sendo repensadas e direcionadas por novas atividades e práticas sociais.
Design da informação, arquitetura da informação; Compreender as características qualitativas e quantitativas de um conjunto de informação é o primeiro passo para entendê-las. Uma boa interface deve permitir diversas leituras acerca das qualidades dos dados em função do seu design, disposição e interação. Para uma leitura específica, uma organização específica.

Metodologia:
Aulas expositivas e conceituais, análise e discussão de projetos com interfaces digitais, discussões, exercícios projetuais de interfaces digitais.